sexta-feira, 4 de junho de 2010

Reflexão do curso EFA passado e presente retrospectiva e movimento

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Reflexão final do curso EFA.

Trabalho realizado por: Maria Aparecida e Cláudio Jerónimo

Turma S2 C

quinta-feira, 18 de março de 2010

Programa da Escola Editado Pela Imprensa Nacional

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Estou numa escola com 125 anos de idade, o que merece respeito

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sismo no Chile

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Estou numa escola com 125 anos de idade, o que merece respeito

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Madeira

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Madeira e Ciclones

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Estou numa escola com 125 anos de idade, o que merece respeito

domingo, 11 de outubro de 2009

"Notturno"

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terça-feira, 30 de junho de 2009

Situação problemática??? Não...

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domingo, 21 de junho de 2009

Como efectuar um trabalho escrito

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Como efectuar um trabalho

A realização de um trabalho escrito deve obedecer a determinadas normas e a um processo que permita a sua efectivação de forma equilibrada e fundamentada.
1º Passo: Analisando os domínios de referência, e em função dos gostos ou experiências pessoais, deve-se escolher um tema tendo em atenção, desde logo, à sua viabilidade.
2º Passo: Escolhido o tema, deve-se proceder a uma pesquisa de materiais que permitam o seu desenvolvimento, quer recorrendo à internet, a enciclopédias, a outras obras ou textos publicados, quer a filmes ou outros programas em formato de vídeo. Após este passo, duas coisas podem acontecer, ou encontramos os materiais necessários e adequados e prosseguimos o trabalho ou, não os encontrando, regressamos ao ponto anterior.
3º Passo: Como organizar o trabalho. Qualquer trabalho deve ser organizado em função de uma lógica que contemple três grandes etapas:
· A introdução – Deve funcionar como uma apresentação do que se deseja fazer e quais os motivos que nos levaram a optar pelo tema.
· O desenvolvimento – Representa o corpo do trabalho, devendo ter tantos capítulos quantos as partes distintas que o constituam. Deve-se atender ao particular cuidado de ser o mais rigoroso e objectivo possível, apresentando o tema em consonância com o destaque escolhido. É nesta parte que se explica a investigação efectuada, a informação recolhida e a nossa postura perante o tema em causa.
· A conclusão é a parte final do trabalho onde se apresentam os resultados obtidos e as eventuais propostas que tenham sido levantadas na introdução. É o momento do balanço final e nela podemos colocar as dificuldades sentidas, os problemas resolvidos e o que contribuíram para o nosso conhecimento.
Finalmente, seguem-se duas partes, por assim dizer, marginais, mas nem por isso menos importantes: os anexos e a bibliografia. Nos anexos colocam-se todos os documentos que considerarmos importantes para ajudar à compreensão do trabalho, como fotografias, entrevistas, relatórios, etc. A bibliografia é o espaço onde iremos colocar todas as obras consultadas, quaisquer que tenham sido e deve ser organizada de forma lógica, padronizada e esclarecedora.

Como citar um texto, inserir notas e fazer uma bibliografia.

Introdução
Esta é uma matéria que diverge bastante consoante os autores ou as escolas e está longe de ser consensual, pelo que esta é apenas uma proposta ou modelo geral a aplicar na redacção de um trabalho escrito, qualquer que seja a sua natureza. Nesta medida, é conveniente na introdução ou numa nota explicar claramente como se vai proceder, isto é, qual a metodologia utilizada e depois cumprir rigorosamente essa metodologia. Antes de mais, convém esclarecer para que servem estes complementos na funcionalidade de um trabalho. No que respeita às citações, servem em primeiro lugar para identificar, o mais rigorosamente possível, a origem de determinadas frases que julgamos convenientes reproduzir de uma forma literal no nosso trabalho, respeitando a sua autoria e salvaguardando-nos de qualquer acusação de plágio. No fundo, como diz o adágio, é dar o seu a seu dono, não nos apropriando do que pertence originalmente a terceiros. A inserção de notas é sempre boa prática quer para identificar citações, para acrescentar dados tidos por convenientes ou interessantes, dar nota de polémicas ou desacordos, numa palavra: tudo o que esteja relacionado com o texto mas não deva fazer parte dele, sob pena de se estar continuamente a quebrar o fio condutor do texto. Finalmente, a bibliografia é todo o conjunto de obras (sejam de que natureza forem) que nos tenham servido para a elaboração de um trabalho.
Como citar um texto
A forma que considero mais correcta é a sua colocação entre aspas, seguida de uma nota que deve identificar claramente o seu autor e proveniência. Por exemplo: em Cervantes já podemos encontrar uma crítica severa e precoce à sociedade do seu tempo, nomeadamente à distinção de classes que apenas a Revolução Francesa viria a consagrar, pois essa separação é como no “jogo de Xadrez. Enquanto dura a partida, cada pedra desempenha o seu papel especial; acabou-se: baralham-se, misturam-se, confundem-se cavalos, bispos, reis, peões, e todos vão de cambulhada para o fundo das bolsas, como a gente para dentro das campas.”[1] Analisemos: o nome por que é conhecido o autor, entre parêntesis pode vir o nome completo; o título em itálico com os substantivos em maiúsculas (se divergir do original este também deve ser colocado), o local de edição, a editora, número de edição (se não houver parte-se do princípio que se trata da primeira), o ano, o autor da tradução e do prefácio (apenas é importante se se tratar de uma obra muito traduzida ou o tradutor for relevante), o número de páginas, a abreviatura il. (significando que se tratam de páginas ilustradas e o número da página de onde foi retirada a citação. Salvo indicação em contrário, o texto deve ser em letra de corpo 12, com espaço e meio de intervalo e as notas em letra de corpo 10, com apenas um espaço. Tratando-se de um artigo, numa qualquer publicação, a diferença será que a seguir ao nome do autor, o título desse artigo deve vir entre aspas, seguido de in (em itálico) o nome da publicação em itálico e deve conter as páginas que o artigo ocupa, bem como a referência bibliográfica da publicação. Exemplo.[2] Pode ainda acontecer que determinada citação seja retirada da obra de outro autor, então usar-se-á o mesmo critério do exemplo anterior só que em vez de in se colocará apud, (em itálico) que significa como se lê em. Exemplo: “sou um criminoso político, meu amigo”[3] Os mesmos procedimentos devem ser usados quando se citam artigos de jornais ou revistas, nesta fase ainda indiferenciados.
Se houver uma segunda citação da mesma obra, obviamente, a referência não deve ser tão completa, sem contudo, e volto a frisar em minha opinião, não se dever recorrer às abreviaturas mais comuns como: idem,ibidem, Op.Cit., etc; pois, ao fim de algumas páginas tornam-se muito difíceis de compreender, em seu lugar sugiro uma referência abreviada, por exemplo: Miguel Cervantes, D. Quixote, p. 356, ou Maria Helena da Rocha Pereira, “Vírgilio, Poeta da Paz…”, p.75.

Como inserir notas
As notas, como explicámos atrás, servem para toda e qualquer situação em que não se queira quebrar o raciocínio que o texto vem seguindo, se nos merece um aparte, uma dúvida ou queremos clarificar melhor um ponto. Por exemplo: Nietzsche dizia que “a mentira mais frequente é a que cada qual diz a si próprio”[4], como o texto revela algumas dificuldades de tradução é introduzida esta nota em que se situa melhor o contexto da frase, inserindo a abreviatura Cf. (que significa confronte-se com) para remeter para outra tradução que é ligeiramente diferente. Noutro caso, “António Sérgio ao aceitar que “o passado valeu pelo que negou, assume uma concepção dialéctica da história quase hegeliana,[5] bem como da própria sociedade que a produz.” Para finalizar com o exemplo de uma nota de esclarecimento veja-se: “A morte de Vittorini, no ano subsequente, é um tremendo choque para Italo Calvino. Aos 43 anos, fá-lo tomar consciência de que a morte do amigo acarretara a perda da sua juventude e o começo de uma nova era. Parte para Paris onde vive com intensidade o Maio de 68 francês e integra-se no meio académico e nos círculos parisienses (como o Oulipo) [6] e conhece, entre outros, Claude Levy-Strauss, Roland Barthes e Raymond Queneau.”

Como fazer uma bibliografia.
Uma bibliografia serve, assim como as notas também já serviam, não só para legitimar as nossas ideias, no duplo sentido que já empregamos, que é o de que nem inventámos as fontes ou os autores nem queremos espoliá-los da sua autoria, como para fornecer pistas e elementos bibliográficos para quem deseje estudar determinado assunto. É, pois, fundamental que esteja bem estruturada e seja de fácil consulta. Das várias formas possíveis de o fazer escolhemos a mais simples e, para nós, a mais correcta.
Fontes (obras escritas pelos autores ou contemporâneos sobre determinado assunto) que podem ser: manuscritas, impressas em livros ou em periódicos. Aqui devemos seleccionar os diversos itens que existirem, por exemplo: Epistolário, jornais periódicos, panfletos, livros, participações em livros de outros autores, prefácios, etc.
Outras fontes (eventualmente relacionadas com o autor ou assunto).
Bibliografia complementar
1- Obras de referência, 2- Obras de carácter geral
Estudos: 1- Sobre o período do assunto, 2- Estudos sobre a questão no seu contexto geral, 3- Estudos sobre o autor ou o tema, etc.
Outros estudos
Sites consultados na Internet. Hoje muito em voga devem conter, se existente, o nome do autor, o número de página, o endereço electrónico e, muito importante, a data em que foram consultados, dada a mobilidade dos conteúdos existentes na Web.
Alguns exemplos:
· BRAGA da CRUZ, Manuel, Monárquicos e Republicanos no Estado Novo, Lisboa, Publicações Dom Quixote, Março de 1986, 227 pp.
· SERRÃO, Joel, “ António Sérgio, o Educador”, in O Tempo e o Modo. Revista de pensamento e Acção, Lisboa, Director João Bénard da Costa, Nºs 69 – 70, Março/Abril de 1969, pp. 242 – 249.

Como verificamos, na bibliografia os apelidos antecedem os nomes próprios por uma questão de maior facilidade em encontrar os autores, no entanto o apelido deve ser aquele pelo qual um autor é conhecido, por exemplo se citarmos:
· SOUSA, António Sérgio de “Sobre a minha colaboração na Obra da ‘Renascença Portuguesa’”, in Revista Portucale, Porto, Direcção de Joaquim Moreira, 3ª série, vol.1º, nº 3, 1955, pp. 115-124.
ninguém reparará que se trata de António Sérgio, um conhecido pensador português que sempre assinou com esse nome ou se colocarmos
· PECCI, Joaquim, Carta encíclica RERUM NOVARUM (sobre a Condição dos Operários), extraída, em 27 de Junho de 2005, de: http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_lxiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.html
dificilmente se descobrirá que se trata do Papa LEÃO XIII…
Para concluir, resta-nos dizer que dentro de cada ponto ou sub-ponto da bibliografia não se devem ordenar os autores por ordem alfabética, mas sim pela entrada da publicação mais antiga para a mais recente, tal ordenação alfabética só deve acontecer se os autores forem em número muito elevado e num ponto colocado à parte onde se referirá que é esse o critério. Ainda e sempre a não esquecer é que o critério de citações, notas e bibliografia deve ser uniforme.


[1] Miguel de Cervantes (Saavedra), D. Quixote de La Mancha, Lisboa, Bertrand Editora, 2ªed., 2002, (tradução e prefácio de Aquilino Ribeiro), 846 pp. il, p. 471.

[2] Maria Helena da Rocha Pereira, “Vírgilio, Poeta da Paz e da Missão em Roma” in Estudos em Homenagem a Jorge Borges de Macedo, Lisboa, I.N.I.C., Setembro de 1992, 622 pp., pp. 73-85.

[3] Manuel de Arriaga apud João Medina, “Manuel de Arriaga, o ‘Rei Lear da República’”, in O Tempo de Manuel de Arriaga, Lisboa, C.H.U.L., Setembro 2004, 350 pp.,il., pp.65-74,p.73.

[4] Nietzsche escreveu que “a mentira mais frequente é a que cada qual diz a si próprio; mentir aos outros é um caso relativamente excepcional.” Friedrich Nietzsche, O Anticristo, [Redigido em 1888, 1ª edição 1895. Versão corrigida, anotada e prefaciada por Pedro Delfim Pinto dos Santos], Lisboa, Guimarães Editores, 10ª edição, 2000, 134 pp., • LV, p.107. Cf. tradução de Artur Morão, Lisboa, Edições 70, Maio de 2002, 109 pp., p. 86.

[5] Retiramos aqui qualquer aproximação historicista ou de cariz teleológico e empregamos a terminologia que Karl Marx virá a empregar, mas que Hegel nunca emprega para falar de dialéctica. Esta concepção é empregue por Hegel, na Fenomenologia do Espírito, e desenvolve-se na correlação dos conceitos consciência/conteúdo da experiência, em torno do conceito chave de Aufhebung, (superação, no sentido de algo que suprime e mantém) e do conceito de Gewordensein (ser-que-se-tornou, ou devir). Cf. Michel Renaud, “Hegel” e “Hegelianismo” in Logos, Enciclopédia luso-brasileira de Filosofia, 5 vol., Lisboa – S.Paulo, Abril de 1992, vol. II, pp. 1026-1046 e 1046-1055.

[6] Ouvroir de Littérature Potentielle, grupo de intelectuais criado em 1960 por Raymond Queneau e Francois Le Lionnais cujos membros permanecem com o estatuto de membros mesmo após a morte, pelo que Italo Calvino ainda hoje o é, e que permanece, actualmente, em actividade. Site oficial: http://www.oulipo.net/.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

Karl Popper: A sociedade aberta e os seus inimigos

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ENSAIO
Karl Popper: A sociedade aberta e os seus inimigos.
por João Carlos Espada, Publicado em 13 de Junho de 2009 no I


O governo representativo ou popular surge, para Popper, como um dos instrumentos para limitar o poder, e não como fonte de um poder absoluto que devesse ser transferido de um ou de alguns para todos. O positivismo ético, alertou também Popper, gera um relativismo desenfreado e, tal como a teoria da soberania popular, abre caminho a um Estado ilimitado, um Estado que não conhece limites morais.
Karl Raimund Popper nasceu em 1902, em Viena, e faleceu em 1994 em Kenley, Sul de Londres. Bertrand Russell e Isaiah Berlin consideraram que a sua crítica ao marxismo fora devastadora e definitiva. Russell chegou mesmo a dizer que o livro de Popper "The Open Society and Its Enemies", de 1945, era uma espécie de Bíblia das democracias ocidentais.É um facto que, em inúmeras democracias ocidentais, os líderes políticos do centro-esquerda e do centro-direita se reclamaram da influência popperiana. Na Alemanha Federal, o chanceler social-democrata Helmut Schmidt e o chanceler democrata-cristão Helmut Khol prefaciaram obras sobre ou de Karl Popper. Em Portugal, Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral, entre outros, declararam-se admiradores do velho filósofo. Tive o prazer de acompanhar cada um deles em visitas privadas a casa de Sir Karl, em Kenley, em 1992 e 1993, respectivamente.Winston Churchill. Até 1935, Karl Popper viveu basicamente em Viena de Áustria. Depois de uma formação académica muito variada e de uma esporádica passagem pelo marxismo, quando tinha dezasseis anos, doutora-se em Filosofia em 1928. Em 1934 publica o seu primeiro livro, que se tornaria um clássico da filosofia da ciência: "A Lógica da Descoberta Científica". Apesar de ter sido publicado em alemão, o livro teve impacto imediato em Inglaterra e gerou vários convites para palestras por parte de universidades inglesas. Daí resultou um périplo inglês de nove meses, em 1935-1936. Esses nove meses "tinham sido uma revelação e uma inspiração", conta Popper na sua "Autobiografia Intelectual" [Esfera do Caos, 2008]: "A honestidade e a decência das pessoas e o seu forte sentimento de responsabilidade política deixaram em mim a mais forte impressão." Ainda assim, Popper observou com preocupação que, mesmo em Inglaterra, ninguém nessa época parecia compreender a ameaça de Hitler - com excepção da voz corajosa e isolada de Winston Churchill. Desde essa altura, Karl Popper tornou-se um admirador incondicional de Churchill. Nova Zelândia. Em Fevereiro de 1937, Popper embarcou para a Nova Zelândia, onde obtivera um lugar de professor em Christ Church. Tinha acabado de declinar um convite de Cambridge em benefício do seu amigo Fritz Waisman, já nessa época perseguido pelos nazis. Apesar da tremenda carga de horas lectivas a que foi submetido na Nova Zelândia, Popper lançou-se ao trabalho e produziu duas obras magistrais - "A Pobreza do Historicismo" e "A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos" - entre 1938 e 1943. Apresentou-os como o seu "esforço de guerra" contra os totalitarismos nazi e comunista.Regresso a Londres. Ainda em 1945, Karl Popper recebe um convite de Friedrich Hayek para leccionar na London School of Economics. Desta vez o casal Popper aceitou o convite sem pestanejar. Em Janeiro de 1946 chegavam a Inglaterra, onde permaneceriam até ao final da vida, tornando-se orgulhosos e felizes cidadãos britânicos. Em 1964, Karl Popper receberia da rainha o título de Sir. Faleceu em 1994, na sua residência de Kenley, no Sul de Londres, onde tive o privilégio de o visitar regularmente entre 1990 e 1994, durante o meu doutoramento em Oxford, ao qual me candidatara com o seu apoio.Todos os cisnes são brancos? Na base da filosofia do conhecimento de Popper, originalmente apresentada no seu livro "Lógica da Descoberta Científica", está uma observação muito simples que é costume designar por "assimetria dos enunciados universais". Esta assimetria reside no facto de que, enquanto nenhum número finito de observações (positivas) permite validar definitivamente um enunciado universal, basta uma observação (negativa) para o invalidar ou refutar. Por outras palavras, e citando um exemplo que se tornou clássico: por mais cisnes brancos que sejam encontrados, nunca podemos ter a certeza de que todos os cisnes são brancos (pois amanhã alguém pode encontrar um cisne preto). Em contrapartida, basta encontrar um cisne preto para ter a certeza de que é falso o enunciado universal "todos os cisnes são brancos".Karl Popper fundou nesta assimetria a sua teoria falibilista do conhecimento. Argumentou que o conhecimento científico não assenta no chamado método indutivo, mas numa contínua interacção entre conjecturas e refutações. Enfrentando problemas, o cientista formula teorias conjecturais para tentar resolvê-los. Essas teorias serão então submetidas a teste. Se forem refutadas, serão corrigidas (ou simplesmente eliminadas) e darão origem a novas teorias, que por sua vez voltarão a ser submetidas a teste. Mas, se não forem refutadas, não serão consideradas provadas. Serão apenas corroboradas, admitindo-se que no futuro poderão ainda vir a ser refutadas por testes mais rigorosos. O nosso conhecimento é, por isso, fundamentalmente conjectural e progride por ensaio e erro: "Sabemos muito pouco e cometemos muitos erros. Mas podemos aprender com eles."
A superstição marxista. Entre as múltiplas consequências desta visão do progresso do conhecimento encontram-se duas que terão particular importância para a filosofia política e moral de Popper.
Em primeiro lugar, o chamado critério de demarcação entre asserções científicas e não científicas: serão asserções científicas apenas aquelas que sejam susceptíveis de teste, isto é, de refutação. Este ponto será de crucial importância para a crítica de Popper ao chamado historicismo marxista. Marx anunciara como lei científica da história a inevitável passagem do capitalismo ao socialismo e depois ao comunismo. Mas não definira qualquer horizonte temporal para essa previsão. Isso na verdade significa que a previsão não é susceptível de teste. Trata-se por isso apenas de uma profecia, uma superstição em nome da ciência.Sociedade aberta. Uma segunda consequência da epistemologia de Popper reside na centralidade da liberdade de crítica. A possibilidade de criticar uma teoria, de a submeter a teste e de tentar refutá-la, é condição indispensável do progresso do conhecimento. É aqui que Popper vai fundar a distinção fundamental entre sociedade aberta e sociedade fechada. Na primeira existe espaço para a liberdade de crítica e para a gradual alteração ou conservação de leis e costumes através da crítica racional. Na segunda, pelo contrário, leis e costumes são vistos como tabus imunes à crítica e à avaliação pelos indivíduos. No capítulo 10 da obra "A Sociedade Aberta e os seus Inimigos" [Fragmentos, 1990], Karl Popper desenvolve uma poderosa e emocionada defesa do ideal da sociedade aberta, fazendo recuar as suas origens à civilização comercial, marítima, democrática e individualista do iluminismo ateniense do século V a. C. - que o autor contrasta duramente com a tirania colectivista e anticomercial de Esparta.Contra a soberania popular. Sendo um intransigente defensor das democracias liberais, Popper é, contudo, um crítico contundente das teorias usualmente associadas à democracia, em particular a herdada de Rousseau - que entende a democracia como o regime fundado na chamada "soberania popular". Popper começa por observar que esta teoria da "soberania popular" se inscreve numa tradição de definição do melhor regime político em termos da resposta à pergunta "quem deve governar?". Mas esta pergunta, prossegue o autor, conduzirá sempre a uma resposta paradoxal. Se, por exemplo, o melhor regime for definido como aquele em que um - talvez o mais sábio, ou o mais forte, ou o melhor - deve governar, então esse um pode, segundo a definição do melhor regime, entregar o poder a alguns ou a todos, dado que é a ele que cabe decidir ou governar. Chegamos então a um paradoxo: uma decisão conforme à definição de melhor regime conduz à destruição desse mesmo regime. Este paradoxo ocorrerá qualquer que seja a resposta à pergunta "quem deve governar?" (um, alguns, ou todos reunidos em colectivo) e decorre da própria natureza da pergunta - que remete para uma resposta sobre pessoas e não sobre regras que permitam preservar o melhor regime.Estado limitado. A teoria da democracia de Popper vai então decorrer da resposta a outro tipo de pergunta: não sobre quem deve governar, mas sobre como evitar a tirania, como garantir a mudança de governo sem violência. O meio para alcançar este objectivo residirá então num conjunto de regras que permitam a alternância de propostas concorrentes no exercício do poder e que impeçam que, uma vez chegadas ao poder, qualquer delas possa anular as regras que lhe permitiram lá chegar. O governo representativo ou democrático surge então como uma, e apenas uma, dessas regras. Elas incluem a separação de poderes, os freios e contrapesos, as garantias legais - numa palavra, o governo constitucional ou limitado pela lei. Nesta perspectiva, o governo representativo ou popular surge como um dos instrumentos para limitar o poder, e não como fonte de um poder absoluto que devesse ser transferido de um ou de alguns para todos. Inimigos da sociedade aberta. Entre os inimigos da sociedade aberta, Popper aponta o positivismo ético, um elemento fundamental, embora pouco notado, do marxismo e do nazismo. O positivismo ético "sustenta não existirem outras normas para além das leis que foram realmente consagradas (ou positivadas) e que portanto têm uma existência positiva. Outros padrões são considerados produtos irreais da imaginação". O problema óbvio com esta teoria é que ela impede qualquer tipo de desafio moral às normas existentes e qualquer limite moral ao poder político. Se não existem padrões morais além dos positivados na lei, a lei que existe é a que deve existir. Esta teoria conduz ao princípio de que a força é o direito. Como tal, opõe-se radicalmente ao espírito da sociedade aberta: esta funda-se, como vimos, na possibilidade de criticar e gradualmente alterar ou conservar leis e costumes. O positivismo ético, ao decretar a inexistência de valores morais para além dos contidos nas normas legais realmente existentes, conduz à desmoralização da sociedade e, por essa via, à abolição do conceito de liberdade e responsabilidade moral do indivíduo. Este é talvez um dos aspectos mais incompreendidos da obra de Popper. A ideia de "abertura" foi captada por modas e teorias intelectuais relativistas que Popper na verdade condenara como inimigos da sociedade aberta. O positivismo ético, alertou Popper, gera um relativismo desenfreado e, tal como a teoria da soberania popular, abre caminho a um Estado ilimitado, um Estado que não reconhece limites morais.

Ambiente e Sustentabilidade. Gases poluentes.

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Vacas e ovelhas poluem mais do que os carros.
por BRUNO ABREU. DN

Apesar do ar inofensivo, vacas, búfalos ou camelos são das maiores ameaças para o ambiente. A produção de carne e as emissões de gases destes animais contribuem em 18% para o aumento do aquecimento global. Mais do que o sector dos transportes (13,5%). A solução passa por mudar a alimentação do gado, mas também a nossa, reduzindo o consumo de carne.
Está a pensar trocar o seu automóvel por um carro de bois para ajudar o ambiente? Esqueça. As vacas são das maiores responsáveis por emissões de gases poluentes para a atmosfera. Ao todo, o sector da criação de gado é o culpado por de 18% das emissões, bem mais do que o dos transportes, responsável por "apenas" 13,5% desta ameaça ao ambiente.
A culpa é do sistema digestivo de ruminantes como as vaca, ovelhas, búfalos ou camelos, mas também de animais como o porco, que funciona como uma pequena fábrica de metano, um gás 20 vezes mais prejudicial para o ambiente do que o dióxido de carbono emitido pelos meios de transporte, que é enviado para a atmosfera pelo estrume e flatulência.
Só estes animais produzem 9% das emissões enviadas para a atmosfera. Os outros 9% vêm dos processos necessários à produção - alterações dos terrenos para uso como pastagens, criação de gado, transporte dos animais e da carne para os talhos.
Para combater o problema dos gases do gado, cientistas por todo o mundo tentam descobrir maneiras de "suavizar" a digestão destes animais.
Desde Janeiro que as vacas de 15 quintas em Vermont, Estados Unidos, têm sido postas à prova com a introdução de uma nova dieta. Em vez das habituais refeições compostas de milho e soja, é-lhes dado alfafa, sementes de linhaça e trevos. Os dados recolhidos até ao mês passado mostram que os níveis de metano enviados para a atmosfera desceram 18%, enquanto a produção de leite se manteve.
A nova dieta é de facto a responsável por esta descida das emissões poluentes: os alimentos dados às vacas são mais fáceis de mastigar e digerir, o que faz com que os animais engulam menos ar ao comer.
Guy Chornier, produtor de iogurtes, notou que as vacas da herdade estão "mais saudáveis", com o "couro mais brilhante e o hálito mais suave". "Suavizar" o hálito das vacas é algo urgente, dizem os cientistas climáticos. As vacas têm no estômago uma bactéria que faz com que arrotem metano, e alguns estudos indicam que cada animal expele uma média de 500 litros deste gás para a atmosfera por ano.
Fazendo uma conta rápida: em Portugal existe um milhão e meio de cabeças de gado.
Se cada vaca envia para a atmosfera 500 litros de metano, temos 750 milhões de litros deste gás na atmosfera todos os anos apenas devido ao gado bovino existente.
Agora é fazer as contas a países como o Brasil (189 milhões de cabeças de gado), Índia (187 milhões) e China (110 milhões), isto referindo apenas os três países com mais gado bovino.
Estes valores são apenas metade dos produzidos pela indústria da carne. Um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) adiciona ainda os gases emitidos durante esta produção.
Para ter uma ideia, para se conseguir um quilo de carne polui-se tanto como conduzir um automóvel citadino durante 250 quilómetros e produz energia suficiente para acender uma lâmpada de 100 watts durante 20 dias.
Esperando-se que a produção de leite e carne duplique nos próximos 30 anos, as Nações Unidas consideram a criação de gado uma das mais sérias ameaças para o clima.
Nos Estados Unidos, a ameaça foi levada muito a sério e já começou o programa "vaca do futuro", que procura reduzir um quarto do total das emissões da indústria da carne até ao fim da próxima década.
Os cientistas estão a tentar de tudo para resolver este problema: começando pela genética - investigando vacas que emitem naturalmente menos metano - até fazer alterações nas próprias bactérias produtoras do gás.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mas onde é que haveria de ser senão em Espanha???

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Fóssil de Lluc 'ilumina' história dos hominídeos

Os restos do 'Anoiapithecus brevirostris' foram encontrados na Catalunha e, segundo os investigadores, provam que os hominídeos, família à qual pertence o homem, tiveram origem na região mediterrânica...
Clique aqui para continuar a ler.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Arte e Beleza...

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Concurso Clube da Europa

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4 de Maio foi o dia da Escola Secundária Marquês de Pombal, na zona da Ajuda, ter direito a participar no Concurso Clube da Europa. No entanto, não fizémos apenas uma sessão, mas sim três. Uma para o Regular e CEF, outra para o Profissional e outra para o EFA+Recorrente para alunos mais velhos.

A equipa da Vanda que só após 3 mortes súbitas é que foi eleita vencedora, decidiu partilhar esse momento com toda a turma e tirar uma foto!


Se quiserem ver a totalidade das fotos, cliquem aqui.

Turma EFA S6

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Na Corrida das Novas Oportunidades...

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Os Nossos Atletas no Final da Prova...


E na entrevista televisionada
que se dignaram a conceder


terça-feira, 19 de maio de 2009

Até no Laboratório de Química...

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O Arlindo não parece aprovar...

O cozinheiro do EFA 6

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Ainda a Semana Cultural...

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A ver e fazer experiências de Química...


A Química Aplicada...

Fernando EFA 6

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Se por acaso vier aqui ao blogue, já tenho a resposta para si...
Contacte-me para o mail esmpefa@gmail.com
Um abraço

sexta-feira, 15 de maio de 2009

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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Onde estão as cameras da TV?

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E é esta uma das apelidadas..."pior escola do país"???

Se fosse assim tão má... ninguém jantaria com ninguém. Nem haveria sorrisos, nem partilha, digo eu.

Onde está o "amigo oculto" para dar a conhecer o outro lado da nossa realidade?

Ora aqui está um bom exemplo de confraternização e de amizade entre professores e alunos!

Parabéns a todos!

Parabéns igualmente ao nosso Abel que se lembrou de criar este blog para que a escola mostre à comunidade educativa que estamos aqui para fazer os nossos dias... um pouco mais alegres... Assim de repente, creio que a Marquês de Pombal, gosta de ser uma escola! Nada mau, hã?
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